quarta-feira, 29 de abril de 2009

Confissão da mãe


Ontem, sem eu perguntar nada, a mãe da Rochele contou-me um pouco sobre a filha.
Pude perceber que ela não tem a mínima noção de que a filha faz certas coisas por ser deficiente mental, como tentar subir as escadas para saltar o muro indo para a casa do vizinho, ou fazer xixi nas calças por exemplo... Ela acha que a Rochele faz isso de propósito, sabendo o que está a fazer.
Eu perguntei se a Rochele já tinha sido vista por um médico, no sentido em que um médico pudesse atestar que ela tinha deficiência mental, e ela disse que não. Eu disse que a Rochele faz essas coisas por ser assim e não tem consciência do que faz, ao que ela me respondeu: "Será que não?! Sei não... Às vezes eu fico pensando mas não sei...". Depois disse que soube que a Rochele era assim "meio paradona", logo depois que nasceu. Quando ela soube não queria a filha, teve uma rejeição! O marido também não queria, brigaram muito por isso e separaram por isso também... Acho que ela culpa a filha por isso, mesmo que insconscientemente... Que caso bicudo!!!
Se eu já me sinto mal em saber que a Rochele é maltratada, hoje de manhã ainda me senti pior, ao ver a senhora com o seu gato no colo, cheia de carinhos, beijos, cuidados, orgulhando-se do que ele faz. Essa atitude ela não é capaz de ter com a filha! Talvez por isso a Rochele seja tão séria, mas de vez em quando já sorri para mim...
Luisinha

terça-feira, 28 de abril de 2009

Rochele

Fui morar para a casa de uma senhora japonesa. Ela tem uma filha, a Rochele, de 43 anos com deficiência mental.
Sem rodeios nem floreados, nem romanceando a história, dizendo com todas as letras, a Rochele é mal-tratada todos os dias!! Acordo sempre com a mãe a gritar com ela, a bater (forte quase sempre), a dizer que ela merece morrer, põe-na a lavar roupa à mão, quando tem uma máquina de lavar ao lado que nem precisa ser programada, é só deitar a roupa, sabão e ligar. Já ouvi a chamar a Rochele de volta porque "ficou tudo mal lavado!" etc... TODOS OS DIAS!!! Estou cansada disso e ainda nem tem 1 mês que lá estou. Incomoda-me profundamente! Não sei o que fazer, queria que a Rochele pudesse ter uma oportunidade na vida de receber carinho e atenção como deve pois isso ela não tem nunca!
A Rochele gosta de ficar perto de mim, hoje quando saí do quarto lá apareceu ela para me observar. Talvez porque falo tranquilamente com ela e sorrio!
Já sei que vou chegar em casa e vou ter de ouvir outra vez os gritos, os estalos etc... Porque ela não faz questão de disfarçar acho que até os vizinhos ouvem...
Como é que nos dias de hoje ainda se trata mal um ser humano? E sendo filha há 43 anos??
Não consigo entender, só consigo entristecer...

Luisinha

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Deus está em toda a parte!



Numa missa que fui o padre falou sobre S. Tomé e disse muitas coisas bonitas e interessantes.
Gostei muito daquelas palavras, mas ele "estragou tudo" quando começou a divagar e a dizer que havia pessoas que procuravam outras religiões e nelas Deus não está! Só na católica! E disse isto com todas as letras! Que em outras não vão encontrar Deus, que isso é estarem a desviar-se... Fiquei triste com isso porque é um padre com certo prestígio, fez cursos em Roma, falou muito bem, mas parece que ainda não aprendeu que DEUS ESTÁ EM TODA A PARTE!!!

Luisinha

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Estranha...

Penso muitas coisas, queria dizer tantas outras, mas estou bem, tranquila e feliz!
Tudo o que sinto parece que não cabe no meu peito e nada de especial aconteceu... Sou uma pessoa estranha!! Acho que ainda estou a aprender a viver...

Luisinha

Por tudo e para sempre, sei que és meu amigo!!


Queria ter vivido na época em que vieste e trouxeste-nos aquilo que Deus nos quis transmitir.
Queria poder ter-te seguido de perto, aprendido contigo.
Queria ter ficado noites a ouvir as tuas parábolas.
Queria poder ter ido pescar sem medo.
Queria que brincasses comigo.
Queria que fosses meu amigo.
Queria contar-te segredos e desabafar as minhas agonias.
Queria poder ter evitado que fosses para a cruz.
Queria poder limpar-te as lágrimas.
Queria que não tivesses sofrido.
Queria poder ter estado ao teu lado em todos os momentos, queria que coisas que aconteceram não tivessem acontecido.
Mas isso seria alterar a História e se a História fosse alterada, de certo a Tua missão não seria cumprida como Deus quis.
Se formos a ver,
Tu vives na época em que vivo.
Tu segues-me de perto e eu aprendo contigo.
Não posso ouvir as tuas parábolas dos teus lábios mas posso lê-las por quem as escreveu.
Se tenho algum receio na vida vou sem medo porque sei que estás comigo.
Quando estou com as crianças e brinco com elas também é contigo que brinco!
É a Ti que falo dos meus problemas.
Por tudo e para sempre, sei que és meu amigo!!
Luisinha

A Tua presença não tem fim


Reportei-me ao tempo em que Deus te trouxe para nós no Seu grande Amor.
Achei que a Tua mensagem iria perecer na cruz, mas foi nela que ela reviveu e se tornou real! Mostraste a vida além da vida, o Amor além do coração. De certo tentaste mostrar algo que vai para além do nosso limitado entendimento, mas o importante ficou. Ficaste para nós como um salvador. Saiste da cruz e da vida como um Rei! Vieste mostrar que além dos espinhos há a felicidade e além da dor há a paz e o perdão àqueles que sofrem como nós na cruz ao lado!
A Tua presença não tem fim, não se esgota, está sempre lá renovada e pronta no Amor Infinito! E nela podemos disfrutar os dons de Deus, os dons puros e inocentes.
Em Ti encontro abrigo em todas as ocasiões pois tens sempre algo para me dar... E tanto ainda tenho para te oferecer...

Luisinha



segunda-feira, 13 de abril de 2009

Unidos em Nossa Senhora de Fátima

Fui ao cemitério onde o meu pai ficou há 15 anos atrás...
Chorei sem conseguir entrar. Uma senhora veio trazer-me água e conversou comigo. Soube que ele não estava mais lá, o tempo passou, o prazo de permanência já tinha caducado, então teve que ser retirado e cremado. Não fiquei triste por isso, é só um corpo, a alma conta muito mais e ele está sempre no meu coração!
A senhora disse-me que se eu quisesse podia ir a um pequeno altar que havia no meio do cemitério e rezar por ele.
Era um lugar tranquilo, um relvado com algumas plaquinhas para a identificação, coisa simples, sem a "poluição" visual a que estava acostumada no meu país!
Sentei-me num banquinho de pedra, estava sol, havia uns pássaros a andar pelo cemitério, eram os únicos que quebravam o silêncio. À minha frente tinha 2 degraus e lá tinha um pequeno altar e atrás uma imagem de um santo (que eu não sei quem era...) em cima de uma pedra, rodeado de coisas que as pessoas deixam.
Estava cabisbaixa a rezar, a pensar, a sentir aquela tranquilidade. Lembro que o meu pai foi sepultado descalço, tal como apareceu no meu sonho (mesmo antes de eu saber disso!!). Pensei em Nossa Senhora de Fátima pois ele gostava muito dela. Eu tinha na minha bolsa a minha pequena Maria, a imagem de Nossa Senhora de Fátima, e uma rosa, já seca que a minha prima tinha pedido para deixar.
Fui desperta daquela tranquilidade quando vi um moço que se aproximou, passou por mim descalço e disse um "oi" animado! Subiu perto do santo mexeu em algo e sentou no banco ao lado do meu. Não demorou muito tempo e foi embora, quase sem eu dar conta. Deixou um papel... Fiquei curiosa... Levantei-me e fui lá ver. Era um santinho com uma oração e quando virei o papel, era a imagem de Nossa Senhora de Fátima com os Três Pastorinhos!! Fiquei sem qualquer reação e com uma alegria no coração porque considerei aquilo como uma mensagem para mim, especialmente para mim!! Foi muita coincidência, mas como eu acredito que coincidências não existem, fica a certeza de que o meu pai veio trazer-me conforto porque está bem e para que eu também nunca perca a fé em Nossa Senhora de Fátima, como ele sempre teve! E assim, Nela estamos unidos para sempre!!!...
Guardei o santinho de Nossa Senhora de Fátima, fui deixar a rosa da minha prima perto do santo e saí tranquila.
Entrei chorando e saí sorrindo! Porque o Amor no coração vale por qualquer coisa na vida!!

Luisinha