Quando uma criança me vem dizer que outra lhe bateu, o assunto é sempre resolvido da mesma forma. Tento perceber o que se passou, porquê, mostro que não se pode magoar (física ou psicologicamente) o amigo e no fim pedem desculpa, dão um beijinho ou um abraço. Ambas as partes ficam sempre satisfeitas. Por vezes, quando uma criança vem ter comigo a chorar, a outra já está a dizer que já lhe pediu desculpa e abraça-a! Estes dias estávamos em roda e a Bia começou a chorar. Chamou a atenção porque praticamente nunca chora! A Matilde tinha-lhe dado uma estalada...A auxiliar disse à Bia para lhe dar uma também! Ela deu-lhe uma estalada fraquinha mas a Matilde começou a chorar também. "Gostas Matilde? Isso foi muito feio o que fizeste! Não se bate aos meninos!".
O Gonçalo perguntou: "Quando um menino nos bate temos de bater também?" (pergunta óbvia, depois do que presenciou, e que todos devem ter retido mas só ele questionou!). A auxiliar disse que não, mas não foi o exemplo que deu! Acho até que ela não compreendeu muito bem a pergunta do menino.
Antigamente era este o exemplo que se dava, bateram-te, bate também! Mas hoje em dia também ainda se vê muito disto... O que é uma pena, porque as crianças assimilam tudo o que lhes damos! E não deveriamos desejar que elas aprendam a retribuir a violência com a violência, porque hoje são "trivialidades" de crianças de 3 anos, amanhã quem sabe, e é sempre nesse sentido que irão agir! Se me fizeste, faço-te o mesmo ou pior! E no fim os dois perdem a razão e o mundo permanece como está ou pior... Não é exagero levar isto à escala global! somos todos humanos e como já disse, ainda se vê muito disto um pouco em cada canto.
Foi uma visão que me marcou e me fez pensar...
Luisinha
Sem comentários:
Enviar um comentário