quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Jonathan Swift 1667-1745


Romancista que escreveu:
A Batalha dos Livros
História de um Barril
As viagens de Gulliver
Os Filhos dos Pobres
Instruções aos Servos
Conversação polida
E numerosas sátiras em verso.

Possuía um corpo débil mas uma mente muito inteligente. A sua inteligência destacou-se aos 3 anos de idade, altura em que lia a Escritura sozinho!
Teve uma infância débil de saúde pois frequentemente sofria de ataques de tonturas e vómitos.
Nasceu na Irlanda sendo filho de ingleses.
O seu pai faleceu quando ele tinha 6 meses.
Com um ano foi raptado pela sua ama de leite quando soube que o tio do pequeno havia deixado uma herança em Inglaterra pelo seu falecimento. Ela pegou nele e foi de navio para Inglaterra voltando 3 anos depois. Nessa altura Jonathan já possui um enorme amor à Biblia.
Não gostava muito de estudar.
Quando acabou a escola conseguiu o certificado de aprovação mas não obteve o diploma final por causa da "desnecessária insolência para com o Junior Dean".
Apesar disso, conseguiu um emprego excelente, era secretário de Sir William Temple, um escritor de pouca fama conselheiro íntimo do rei de Inglaterra. Segundo se dizia, Sir William Temple seria também pai biológico de Jonathan.
Este emprego era retribuído por um salário de vinte libras anuais e lugar na segunda mesa com os criados.
Na casa de Sir William Temple havia uma menina chamada Stella Johnson de 8 anos. A sua origem era algo misteriosa, apesar de estar registada como filha da governanta e do mordomo de Sir William, Edward Johnson. Também se dizia que Stella era filha biológica de Sir William! Este prometera-lhe um legado após a sua morte e providenciou uma educação aprimorada para a menina a cargo de Jonathan Swift, que muito simpatizava com ela e passava tardes a ensiná-la. Stella adorava Jonathan, achava-o simpático e com um sorriso muito amável. Estes ensinamentos duraram 9 anos até que Jonathan foi nomeado capelão de Dublin Castle. Espiritualmente sentiu-se satisfeito mas materialmente não.
Estava resolvido a abraçar uma carreira eclesiástica em posições elevadas da Igreja Inglesa, porém os seus superiores sempre o negaram, chamavam-lhe "clérigo louco" e que "tinha um cérebro capaz das maiores surpresas e uma pena (a caneta da altura) livre demais para um dirigente da fé ortodoxa. Não era possível predizer que bomba ele seria capaz de lançar inopinadamente sobre os membros da sua igreja."
Mesmo sem publicar, Jonathan havia escrito uma sátira contra práticas religiosas da Europa, "Histórias de um Barril". Este título teve uma intenção, segundo ele, é inspirado numa prática marinheira em que avistando uma baleia atiram um barril ao mar para distrair o animal e assim não ataca a embarcação. Esta sátira foi escrita para "evitar que os infiéis ataquem a Igreja".
Jonathan escreve sobre como o cristianismo se desviou da religião de Cristo, falando alegoricamente sobre um pai que deixou 3 casacos de igual valor aos seus filhos Pedro (a Igreja Católica); Martin (a Igreja da Inglaterra); e Jack (a Igreja Calvinista).
Jonathan Swift aspirava aos altos cargos eclesiásticos. Era doutorado em Teologia mas o deado foi o cargo mais alto que lhe ofereceram. Ele possuía as amizades mais influentes da sua época: Jantava com o Primeiro Ministro, jogava às cartas com o secretário do Tesouro, até fez um pedido à rainha para subir a sua posição mas sempre obtinha uma educada negação...
Apesar disso sempre foi alegre! Gostava de contar histórias, usando uma linguagem diferente na ausência das senhoras mas sempre cavalheiro na presença delas.
Era pessoa central nos cafés de Londres onde as pessoas gostavam de o ouvir diariamente.
Stella, a menina que educou, tornou-se mais tarde a sua amante juntamente com Vanessa, uma moça com idade para ser sua filha mas que se apaixonara por ele. Ambas sabiam da existência uma da outra e Jonathan arcava com os ciúmes das duas. Vanessa era mais impetuosa, não resistiu à tensão emocional, a 1 de Maio de 1723 realizou um testamento excluindo Jonathan e a 1 de Junho faleceu com uma passagem do livro "História de um Barril" nas mãos.
Stella também era sensível porém sensata. Permaneceu apaixonada por Jonathan sempre com a consciência de que ele era alguém fora do comum merecendo tratamento especial. De entre as duas, era também a que mais cativava o escritor. Dizem que eram casados mas não há provas disso. Após a sua morte, Jonathan sentiu uma enorme ausência vivendo o resto dos seus dias amargurado e triste. Certa vez escreveu a um amigo: "Detesto o Mundo porque estou a tornar-me inteiramente inadequado a ele".
Todos os seus aniversários ele lia o capítulo bíblico em que Job amaldiçoa o dia em que veio ao Mundo. Desprezava a Humanidade e servia os seus semelhantes. "Espantava-se com a desumanidade do Homem para com o seu semelhante. Tinha perdido toda a fé na razão humana".
Jonathan dizia que não gostava de mendigos, que os havia entre os ricos e os pobres. Os ricos mendigavam um reino, os pobres uma côdea de pão.
Escreveu As Viagens de Gulliver numa fase de desilusão por não ver reconhecida a sua sabedoria. O livro foi publicado em 1726, quando a 1ª edição se esgotou em uma semana! Apesar do grande sucesso da obra, não foram atingidos os objectivos de Jonatahn, segundo ele: "eu queria apoquentar o Mundo e não diverti-lo".
Certa vez escreveu ao seu amigo Alexandre Pope que frequentemente fez esforços para fazer amizade com homens de bom senso, que eram por vezes 3 ou 4 por geração e que se fossem unidos podiam conduzir o Mundo à sua vontade. Um desses homens de bom senso de que fala, é Voltaire, um jovem a quem conheceu no seu exílio em Inglaterra por causa da sua sinceridade, por escrever o que pensava. Ambos conversavam bastante, Voltaire absorveu as ideias de Jonathan e voltou para França decidido a abolir ódios e injustiças dos dominadores do Mundo.
"O dom de uma vida longa custa caro demais", dizia o escritor ao vivenciar as perdas de amigos ao longo dos tempos.
Para suportar uma velhice solitária, procurou fortalecer-se na criação de uma prece encontrada após a sua morte: "Ó Deus, vós distribuís as vossas bênçãos e os vossos castigos com infinita justiça e misericórdia... Volvei antes os nossos pensamentos para a inenarrável perda que vamos sofrer".

Vidas de Grandes Romancistas

Luisinha




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