sábado, 14 de fevereiro de 2009

Bolas de Sabão


Foi no centro da cidade, naqueles lugares centrais onde os carros não param de passar, onde as pessoas andam como se não houvesse amanhã ignorando-se umas às outras. Estava um menino a fazer bolas de sabão! Eram muitas, e vinham na minha direcção, o que me deixou feliz, relembrei os meus tempos de criança em que fazia bolinhas de sabão com aqueles recipientes pré-comprados e um dia, para tristeza minha, tinha feito tantas bolinhas que o líquido acabou... A minha alegria voltou quando o meu primo ensinou-me uma forma de as fazer sem ser preciso andar sempre a comprar daquilo: um copo, água, detergente e uma palhinha! Simples! Mas como eu era pequenina não sabia dessas alternativas. E toca a fazer um para mim, outro para ele. Fomos para o terraço da minha avó e fizemos uma competição de ver quem conseguia fazer a bola de sabão maior sem rebentar!! Depois ele ensinou-me que podíamos pegar numa bola de sabão sem ela arrebentar! Como??!! Molhou as mãos, fez uma bola e assim podia tocar-lhe e brincar com ela. A seguir outra novidade... "Queres ver a bola de sabão a saltar na minha roupa?" Fez uma bola e quando tocava na manga da camisola fazia-a saltar diversas vezes, como se fosse uma bola saltitona! "Porque é que ela não rebenta?" e ele disse: "Ao tocar na roupa não rebenta mas se lhe tocares com as mãos secas rebenta!". Isto de ser criança é engraçado, tudo é incrível e importante, e às vezes os adultos não dão o devido valor a isso. Esse menino do centro da cidade que estava a fazer bolas de sabão, fazia-as com alegria, estavam a sair imensas! Como elas vinham na minha direcção, a mãe chateou-se, pegou-lhe no braço a dizer "está quieto!" mas como viu que eu não estava nada incomodada, pelo contrário, até estava com um sorriso, ela acabou por o deixar e sorriu também! O menino deu um riso de alegria, como que dizendo, "estás a ver mãe? As pessoas gostam das minhas bolas de sabão!"
Todas as crianças deveriam fazer bolinhas de sabão na sua vida, e os adultos deveriam entender que isso é importante, para quem as faz e para quem as recebe.

Luisinha


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